sábado, 8 de agosto de 2015

você estragou tudo dessa vez

Do ápice da minha dor, pulo. Para onde? Para o raso do mundo ou o profundo de mim? Enquanto escrevo, você lambe, morde, puxa os cabelos de outra. Na minha queda sofro, sangro, turvo qual visão instantes antes do desmaio. Nada faz mais sentido do que aquele verso que diz: "se tu soubesses como machuca, não amaria mais ninguém". Mas você não sabe. 
De todo o pior, o pior mesmo é te imaginar a sorrir, a suar, a tirar lentamente a sua roupa e a dela. Imagino cada detalhe, cada segundo, porque quero sofrer intensamente, preciso, senão jamais te direi adeus. Agora o posso. Esse ritual de exorcização de você da minha vida tem que ser dolorido mesmo e regado à 51; tem que ser solitário (já que o querido amigo me dá às costas justo agora, logo agora...) e dilacerante. Você sabia o que estava em jogo: nós, e mesmo assim seus pensamentos guiaram sua vontade e seus passos à porta dela. Faça bom aproveito e nunca retorne à minha porta. Você pôs tudo em jogo e perdeu, me perdeu, para sempre e sempre e sempre. As nossas três reencarnações de amor pleno foram reduzidas a estas palavras. Serão três reencarnações sem mim.
Se sofro? Que pergunta estúpida. Não demonstro porque há muito há reciprocidade em mais nada, nem na dor. As minhas engrenagens do tempo correm mais rápidas que as suas, por isso, talvez você sofra por mais tempo, mas um dia cura. E chego mesmo a me perguntar se você ao menos sofrerá. Não confio em nenhuma palavra que sai da sua boca, qualquer promessa, qualquer juramento é vão pelo simples fato de que foi seu desejo antigo que te levou até o fim. O nosso fim, infelizmente.
Te desejo uma morte lenta e torturante. Ser devorado por quatro piranhas, talvez, ou lentamente envenenado. Não, não se preocupe, não será por mim. Estarei a milhas de distância e estarei bem.
Se antes dizia que você é eterno, hoje vejo a ilusão da eternidade. "Nunca sou, sempre estou" é o meu novo mantra e hoje estou dolorosamente e agonizantemente triste. Não respiro nem penso direito, minhas mãos tremem e meus olhos marejam. Nunca tive tanta vontade de me despedir de alguém como tenho com você. 
Vá embora. 
Chore no colo dela, morra afogado em suas lágrimas e saiba que dela jamais terá nada.