terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Hey u!!

Ao encostar a cabeça no travesseiro, encontrei aquele conhecido cheiro que vem de você. Sorri, mesmo tristemente. Você, que acreditou em meus cachos e me ajudou a pintá-los pacientemente com as cores do universo; você que entende de universos (particulares) e me ensina a desbravá-los; você que me olha como se eu fosse uma pintura de Dali; você, que me abraça e faz o tempo parar. Você e todos os clichês que consigo imaginar. Obrigada por ficar, pelo café amargo com cocada caseira e pelos filmes.
Se decidi começar de novo retomar a caminhada, vejo que estou bem acompanhada. Sem muitos planos, demos o tempo que o outro necessitava e hoje nos damos as mãos. Estar acompanhada e me deixar acompanhar ainda é novo para mim, então não se assuste se eu não conseguir todos os dias, se eu fugir por longos períodos de perto de você, mas saiba que volto, cativa que sou dos teus olhos e carinhos.
Sabe, tenho essa coisa de amar quem não dá a mínima para mim e eu sofro interminavelmente por olhares e gestos e palavras que, no fundo, não significam nada além do que vazio e egoísmo. Então, tudo bem se eu for devagar e de vez em quando olhar para trás, senão para me lembrar de como era ser assim, para eu me lembrar de ir devagar, porque eu sempre mordi antes de beijar e eu amava antes de viver e não quero o mesmo destino atroz e voraz dos outros com você. Você que me acolheu em seu peito à duas cadeiras de distância e me permitiu ficar pelo tempo que for necessário, com direito a banho quente e Teletubes.
Seja bem mais do que bem vindo, sinta-sem em casa!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

pequena alegria I

Te ver. Andar na sua direção, sentir o coração bater bem devagar para captar todos os seus movimentos. Chegar perto, seus olhos agora tão mais claros, seu rosto do jeito que deixei. Sinto seu calor através do meu vestido e minha pele queima. A necessidade de fugir imediatamente se opõe ao prazer da dor. Não entendo seus sinais, nenhum deles. Sou cega no que se refere à você e a muitas outras coisas, mas especialmente à você. Era para ser você, mas tive pressa e me joguei em qualquer um que viesse primeiro. Sou sua. Tudo gira tão rápido que nem me lembro da última vez que te vi nu. Me lembro das suas mãos e dos raros momentos em que você me permitia te tocar, me lembro do seu sexo suave e firme que me arrancava o ar, me lembro das tragédias e crueldades que me faziam jurar nunca mais voltar (e quando estava no portão, olhava para trás e eu já desejava tudo outra vez). Não sei dançar tudo o que você sabe, nunca nos encontraremos nalgum show, não consigo amar devagar, eu dilacero, mordo, rasgo, sangro e sofro.
Eu sei que meu amor não te serve, que sirvo à mesa um prato que te repulsa e mesmo assim o repito ritualisticamente, não mais para você, deus profano, mas para mim, sibila desvairada, pois se ainda te sirvo é porque acredito em você, porque tenho de onde tirar tal horrendo sentimento para dar-te.
Você me leva a passear por entre sofás e bebedouros, varandas e estacionamentos, lanchonetes e estradas e eu vou, como um cachorrinho, porque ali (onde ali for) estou em paz. Se espero demais da situação e te obrigo a nunca, nunca, dizer aquilo que quer, é só porque te espero desde a terna idade e me desespero em pensar em te perder, em te ver ao lado de outra pessoa. Se te obrigo a ficar atento a tudo o que fará e dirá a mim para não me dar falsas esperanças ou para não brincar comigo, se te obrigo a ser o que não é, a ser somente irônico ou materialista, é porque morreria de felicidade se a caso me quisesse. Morreria.
Meus olhos dançam em você, foi o que me disseram sexta à noite, meus olhos não perdem nada de você. Tudo guardo, tudo recordo, para os dias de frio e neve na pobre cabana que chamo de corpo, para poder sorrir, para ter forças. Sei que algum dia me perguntará ainda: quais as novidades? Então, terei mil novas vidas para te relatar, no cargo mesmo de Marco Polo, meu doce deus profano.

Não se vá. Deixe-me orbitar no seu sistema solar. Deixe-me aquecer as mãos e a alma no fogo morto que carrega no seu peito aberto, comido por dentes vorazes, que assim como os meus, não souberam apenas beijar.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Suas fotos em mim

Estou cansada. Coloco as músicas no modo aleatório, na esperança de que algo me toque, e pego suas fotos. O cansaço do dia se deu a todos os sorrisos e "obrigada" que dei, mas também pelo que você me disse há algum tempo (repito feito mantra). Depois de um beijo no sofá da casa fantasmagórica que você visitava, você se afastou um pouco e me falou que estava desacostumado a me ver de perto. Na hora ignorei seu sorriso, seus olhos e o doce calor dos seus braços. Hoje, desejo te perguntar se algum dia você me viu de longe e, se sim, o que foi que você pensou, mas não tenho coragem de te encontrar.
Suas fotos me aproximam de você, vejo o quanto mudou, o quanto não sei, o que poderia te perguntar (mas se o fizesse, teria de revelar meu baú de fotos escondido embaixo da cama). Quero te convidar para minha festa, te encostar uma faca no pescoço e apertar até você me contar da menina que colocou os pés no seu colo, que te julgou um bobo, que achou poesia ao ver seu reflexo no espelho da cabine (será que ela ainda segura essa foto nas mãos e reza baixinho para você perceber que o que falta em você é ela?) Me fala como ela estava vestida para justificar você inteiro encostado no corrimão da escada, ela sorria? Você usava óculos... se lembra quando tirei sua lente do lugar ao te lobotomizar sem querer? Você fica realmente bem de óculos. 
O que eu posso te dizer? Não tiro fotos, não tenho momentos mágicos eternizados por outras lentes, senão as minhas. Será que algum dia alguém encontrará meu baú e recriará minha vida nos pequenos indícios de amor, amizade, medos ou dor nos álbuns que deixo?
Você me olhou diferente na última vez que nos vimos. Foi bom. Significa antes de mais nada que eu mudei.

sábado, 8 de agosto de 2015

você estragou tudo dessa vez

Do ápice da minha dor, pulo. Para onde? Para o raso do mundo ou o profundo de mim? Enquanto escrevo, você lambe, morde, puxa os cabelos de outra. Na minha queda sofro, sangro, turvo qual visão instantes antes do desmaio. Nada faz mais sentido do que aquele verso que diz: "se tu soubesses como machuca, não amaria mais ninguém". Mas você não sabe. 
De todo o pior, o pior mesmo é te imaginar a sorrir, a suar, a tirar lentamente a sua roupa e a dela. Imagino cada detalhe, cada segundo, porque quero sofrer intensamente, preciso, senão jamais te direi adeus. Agora o posso. Esse ritual de exorcização de você da minha vida tem que ser dolorido mesmo e regado à 51; tem que ser solitário (já que o querido amigo me dá às costas justo agora, logo agora...) e dilacerante. Você sabia o que estava em jogo: nós, e mesmo assim seus pensamentos guiaram sua vontade e seus passos à porta dela. Faça bom aproveito e nunca retorne à minha porta. Você pôs tudo em jogo e perdeu, me perdeu, para sempre e sempre e sempre. As nossas três reencarnações de amor pleno foram reduzidas a estas palavras. Serão três reencarnações sem mim.
Se sofro? Que pergunta estúpida. Não demonstro porque há muito há reciprocidade em mais nada, nem na dor. As minhas engrenagens do tempo correm mais rápidas que as suas, por isso, talvez você sofra por mais tempo, mas um dia cura. E chego mesmo a me perguntar se você ao menos sofrerá. Não confio em nenhuma palavra que sai da sua boca, qualquer promessa, qualquer juramento é vão pelo simples fato de que foi seu desejo antigo que te levou até o fim. O nosso fim, infelizmente.
Te desejo uma morte lenta e torturante. Ser devorado por quatro piranhas, talvez, ou lentamente envenenado. Não, não se preocupe, não será por mim. Estarei a milhas de distância e estarei bem.
Se antes dizia que você é eterno, hoje vejo a ilusão da eternidade. "Nunca sou, sempre estou" é o meu novo mantra e hoje estou dolorosamente e agonizantemente triste. Não respiro nem penso direito, minhas mãos tremem e meus olhos marejam. Nunca tive tanta vontade de me despedir de alguém como tenho com você. 
Vá embora. 
Chore no colo dela, morra afogado em suas lágrimas e saiba que dela jamais terá nada. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Foi assim...

Estava sem nada para fazer. Trabalharia só daqui a dois dias. A cerveja tinha acabado e minha mãe, viajando, voltaria na próxima terça. O celular tocou. Uma pessoa me salvaria daquele tédio? Vi quem era. Não, não salvaria, mas, pelo menos, era uma boa companhia. "Em dez minutos chego aí." Vesti as mesmas roupas de ontem: uma bermuda e minha boa e velha camiseta. Achei que esperaria mais de dez minutos em frente ao seu portão. Ela abre a porta. Short jeans, camiseta branca e havaianas. Não a levarei para comer fora. 
Chegamos na minha casa just in time, como dizia minha professora de inglês. Hannibal começaria em cinco minutos. Ofereci água. Ela levanta a cabeça para beber os últimos goles. Está mais gorda do que a última vez que saímos. Ela me olha e sei exatamente o que quer. Sexo. Sem carinho, sem rodeios. Ela quer que eu tire sua roupa e que a beije. Penso duas vezes. Ligo a TV. Lá está a abertura da série. Aquele sangue-vinho-sobremesa que assisto sadicamente. Peço para ela se deitar atrás de mim no sofá. Sua mão segura minha cintura. Perdi a conta de quantos episódios assistimos.
Me incomoda o fato da sua subserviência. O que mais ela espera de mim? Troco de posição. Deito com a cabeça nos seus pés. Ela me agarra as pernas. Fito-a demoradamente. Ela assiste com uma concentração quase infantil, bestial. Dá um meio sorriso. Acho que já descobriu o desfecho do episódio e já não quer mais  prestar atenção. Nos olhamos, ou melhor, nos encaramos, até meus olhos arderem. Passo a mão pelas suas penas. Ela corresponde ao gesto. 
Já sem short e de sutiã, tiro minha blusa. Olho suas pernas, sua respiração. Não existe ali excitação. A vontade é ilusória. Me pego pensando tantas coisas, mil coisas, nas outras garotas, no que deixei para trás, nas compras que tenho que fazer antes da minha mãe voltar. Quando volto a mim, dois olhos vorazes, mas dúbios, me encaram. Quanto tempo fiquei ausente? A beijo ainda sem vontade. Se era aquilo que queria, por mim tudo bem. Do sofá da sala fomos para o quarto. 
Acho que não me faço claro. Ela não deve mais voltar. Não a desejo mais. Ao mesmo tempo, seu sangue me ajudaria a preparar o melhor molho pardo do mundo para agradar minha mãe.
Deixo-a em casa. Aparentemente ela não dorme com ninguém ao seu lado. Durante a despedida, um olhar deixado para trás... Um olhar dela me faz pensar em..., será?! Impossível! Mulheres como ela jamais amam a outros senão elas mesmas. Ou quem faz isso sou eu?

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Mas não há curva na estrada da vida?

Sentei no tatame. Mais desolada impossível. O suor escorria em minhas costas e me arrepiava. "Estou perdida". O Mestre que me olhava de cima sorriu. Tinha ali a chance de me ensinar algo. Sentou-se ao meu lado e suspirou. "A gente volta pro começo quando nos perdemos". Mas não foi exatamente o oposto que sempre me ensinaram?! Se você se perder, fica parada que eu te encontro, me dizia minha mãe antes de soltar da minha mão. O problema é que me perdi de mim mesma e, se nós duas ficarmos paradas, nunca nos reencontraremos. O jeito é voltar a andar, para o começo.
Não queria largar tudo aquilo que trazia comigo: um amor cotidiano, um livro meio lido, amizades vazias. Era o que eu tinha, era parte de quem eu era. Mas se eu iria me transformar quando me encontrasse então nada disso fazia mais sentido. Deixei que as correntezas do tempo levassem cada um de tudo que trazia comigo.
E se por acaso não encontrar a placa de "retorno"? Sigo em frente na estrada esperando pela curva que nunca chega? "Pra trás é que não se anda".
Caminho. Observo a paisagem. Sorrio e digo adeus. É passado.
Vejo uma menina suja e descabelada. Sou eu. Há tanto tempo assim que te perdi?
Lembro de um dia que me olhei por tanto tempo no espelho do banheiro que me vi envelhecendo. Aquela menina que enxergo agora, que quero tocar, mas receio, ela não sorri.
Não fizemos as pazes. O abismo aumenta a cada sopro, a cada tentativa de gesto. Eu sou a mãe que voltou para buscá-la. Sou a responsável. Eu sou ela que espera até agora por um gesto, que eu covarde não faço.
Me questiono interminavelmente: "É agora? É agora? É agora?".
Tatuo pelo lado de dentro do coração o barulho do mar.
Olho nos olhos do meu elefante em que amo disfarçar-me. E quem sou eu: a costureira tenaz que não desiste dos trapos e das espumas ou serei o pobre elefante capenga, inconsciente de sua força que todo fim de dia desaba balofamente sobre o chão batido?
Espero não ter que recomeçar, não ter que aprender a odiar, não ter que guardar o choro mais uma vez.
Porque minha vontade mesmo, menina, era de segurar sua mão, assim como fizeram comigo. Era de te levar para ver o chafariz na UnB, pela beleza gratuita. Era... era... Já que não posso consertar o abandono e os traumas, era de te dar o que sou quando me aproximo de ti e quase encosto as pontas dos meus dedos em seus dedos. 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Estou bem, e você?

"Está tudo bem", respondo já automaticamente. Mas, hoje, voltando para casa de um dia bom, senti vontade de chorar. Então, não está tudo bem, não é mesmo? Não, não está.
Pessoas que amo voaram e olho, às vezes, pela janela na singela esperança de ver uma que seja voltar. Sei que naquela época não era uma boa companhia e que obriguei D. a me beijar, mas era só isso que eu tinha comigo e que podia oferecer: beijos cálidos. Sei também que a Saori de B. jaze fria sobre um mármore frio. Nem D. nem B. regressarão, isso sei.
Hoje não sou a sombra do que já fui, fechei atrás de mim a porta que me faz cósmica. Hoje tenho a mim mesma e só.
C. me diz que não irá embora, já que nunca realmente chegou. 
M. está sempre ao meu lado. Ele é eterno.
Se sinto falta de meus amigos? Lógico! Cada sorriso, cada flor que guardo em um livro, cada aventura, é para, um dia, ao reencontrá-los, ter histórias boas, fazê-los sorrir. Marco Polo coleciona o mesmo que eu.
Mas, ao mesmo tempo, não estou mais disposta a encontrar B. pelos motivos errados. O caminho é de mão-dupla, por que ele não pousa sempre, ao invés de me gritar das alturas que eu desapareci? (É que Saori aprendeu o mínimo com Alone).
Não guardo mágoas por D. desaparecer. Quem quer saber de velhas pedras sem musgo quando o mundo vira o quintal de sua casa? Dele sinto falta das conversas, das madrugadas que demoravam a trazer o dia. Sinto falta da falta de perfume, do cabelo penteado, da barba, de Hannibal num sofá apertado. Quem diria que pipoca de sal com leite condensado fica boa?!
C. me parece uma estrela cadente. Se não me engano, consegui lhe fazer um pedido. Ou será que sua luz me deixou para sempre cega e o que julgo ser ele não é apenas o ensaio de minha cegueira? Já não seria a primeira vez... Não, não quero ter filhos. Não tenho nada a lhes ensinar e a responsabilidade é muito grande. Melhor que filho é peixinho dourado!
Ah, M... M é eterno!
Se faço assim essa lista é simplesmente porque conto nos dedos as graças de Deus. Mas também porque é assim que conto os anos de minha vida: pelos amores perdidos. E não se engane, essa é uma lista de perdas, dolorosas perdas que cavam fundo em mim e me deixam oca. (Já não sei dizer o que minha vó diria. Talvez ela maneasse a cabeça e num gesto descontente, me estendesse os braços consoladores). Porque perdi cada um deles por não ter lido o manual da vida, porque cada um queria algo de mim, algo que perdi há anos em tampinhas de coca-cola e petecas, porque exigi deles a vida que nem eu mesma tinha.
Apesar de tudo isso, no meu mais profundo sentimento de abandono, M. me estendeu a mão e não me deixou mais cair. Se hoje tropeço é porque sei que ele me amparará, que posso observar as alturas sem medo, porque mesmo que B. e D. e C. não tenham sabido ficar, M. soube.
Não sem pesar digo que estou bem. Estou bem não graças ao descaso dos que se foram. Podem ir. Vão no tempo certo. De cada um trago um olhar, uma frase, um sonho. E é com M. que desfruto e regozijo minha tranquilidade de fruta mordida, de sussurro no ouvido, de cinta-liga.
Se minhas crises são medíocres, só eu sei. Se conversamos a cada dois meses, ainda moro no mesmo lugar e meu número não mudou.
Mas, querido C., ainda te escreverei.
Agora preciso ir, que M. vem me chamar dos Campos Elísios!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Visitas surpresas não me alegram

Foi assim: eu corria dele, na ilusão de nunca nos encontrarmos. Quando virei a esquina da alma, estava ele lá. Respirei fundo e decidi ficar. Fincar as raízes e esperar a ventania. Estou à espera do fim desse meu mundo. Assim como da boca de Melquíades saía profecias que acorrentam e norteiam, assim será esse encontro. Há muito sonhei contigo, mas eu era outra pessoa. Sabe por que as pessoas esperam a biblioteca abrir e não entram imediatamente depois de aberta? Porque elas se despedem de tudo que desfrutaram até aquele momento - do sol que nasce, da brisa suave, do cheiro de café quente vindo de não sei onde... Porque elas não sabem se voltarão à tempo de tomar o chá das cinco. Eu estive lá, eu me despedi desconsoladamente do que amava. Minha vó também se despediu e não voltou.
Minha vó morreu de câncer, mas não sem antes abençoar cada neto, sussurrar em cada ouvido um segredo sobre a vida. "Não conte à ninguém, mas você......" e assim cada neto ganhou uma certeza e uma diretriz. Infelizmente, eu estava tão atordoada com a possibilidade de perder a âncora de minha vida que não entendi o que ela me dizia. Concordei com a cabeça e deixei seu leito em paz. O que será que me disse seu último suspiro? Por não saber, todos os conselhos que recebo são os dela, cada palavra de amor e exortação, bem como cada olhar acolhedor. Minha vó era Cora Coralina, Cecília Meireles e Adélia Prado. Ela ecoa em cada folha que cai, no pôr-do-sol que me revigora, no frescor do vento.
Ela é minha força e meu escudo.