domingo, 30 de dezembro de 2012

Chamo sua atenção com gargalhadas descabidas, você ri e se pergunta "o que  foi mesmo que eu fiz?", não há resposta, porque sou eu isso que enche de barulho a casa e que te deixa meio assim-sei-lá... Chamo seu nome, às vezes, quando quero colocar a culpa em alguém, mesmo quando você não está presente ou quando eu não estou presente, afinal, a culpa é sua. Ontem, foi divertido. Comi muuuitoo e rimos à beça. Teve um momento, entretanto, em que pensei que ficaria triste para sempre, porque estava tudo tão perfeito que só poderia ser mentira. Mas, sabe, eu senti um abraço forte, já não era medo, era uma coisa sua que ficou em mim e tudo bem! Porque sei o quero: quero te fazer feliz; quero passar a mão nos seus cabelos até você dormir. E de repente, não preciso mais chamar sua atenção, porque os seus olhos estão grudados em minha pele e por ela escorregam.
Segure minha mão, porque a vida doi tanto e minha voz não sai. Segure firme para termos um ao outro no momento da queda imaginada, da dor que se suplanta ao sol e à verdade, à própria dor. Sei que seremos assim pelo tempo que quisermos, pela eternidade que durar esse momento quente e úmido. "Para sempre...", me sussurra a menina enjoativamente doce que me mora.
Li assim, uma vez: " E eu tô aqui, sabe? Pra conversar, brigar, rir, fazer loucuras. Não precisa me contar o que aconteceu ou porque você tá mal. Só me deixa tentar colocar um sorriso no seu rosto. Confesso que encontrei meu motivo pra sorrir." E creio que seja isso, mas não só isso...
Com o ano terminando, sempre me invade um sentimento de plenitude besta, cego, como se a eternidade fosse agora e o amanhã, finalmente, à Deus pertence. Sem planos, sem previsões, este é o único momento em que posso não planejar a semana que vem, ou as próximas horas, porque tudo está no próximo ano que se aproxima e se aconchega em nosso peito - filhote de olhos mansos e pêlo macio - e o amamos em sua plenitude por alguns instantes e o dividimos em meses, semanas, dias, horas, porque já não sabemos como conviver com isso à longo prazo...
Mas, ainda estou na parte plena e, ontem, te encontrei nessa plenitude que no ano que vem se tornará única e palpável...