Pensei que amava. Também imaginei ser amada e, por isso, continuava a pensar que amava. Hoje me disseram que não é amor o que trago no peito, é dependência. Sou dependente e pensei amar alguém. Meu peito se rasga em detalhes que nem eu mesma sei de onde vieram. Estou sempre perdendo partes por não prestar atenção em onde caem. Costumo cair o tempo todo. Talvez para ver quem se importa, ninguém nunca voltou por amor ou piedade. Continuo a cair o tempo todo. Meus olhos procuram a lua de dia ou de noite, e uma vez, lá na UnB, enquanto esperava um amigo sair do B.B., me supreendi ofuscada por um poste que sabiamente se passou por lua e ganhou um suspiro de amor. Nos postes da UnB se confunde a lua. Sorrio para não chorar, para não lembrar que tudo isso que faço hoje é para um outro, que não sou eu. Apoio a cabeça na mochila e vejo que não sou feliz, uma voz atenta quase grita por medo de eu me perder "não pára, não, Guinha!! Por favor, não pára, não..." Por ela prossigo. Pela amizade dela, volto todos os dias, porque fui cativada, porque fui chamada Guinha... Mas não é só por isso não, é também porque já choramos juntas, amamos o mesmo professor, participamos do mesmo grupo, falamos a mesma língua, sonhamos o mesmo mundo... ela é o filtro que me ensina a ser boa, que faz com que eu pense em estrelas risonhas antes de dormir... Ela é Sarah .(a menina do poema aqui debaixo ^^)..
Hoje, creio que pela primeira vez chorei de alegria por saber que tenho um amigo que olha nos olhos e responde a todas as perguntas, dolorosas ou não, pessoais demais ou não...o alívio foi tão grande que se transformou em lágrimas. Não sei quanto a ele, mas eu me sinto menos pesada um pouco.
Olho meus olhos no espelho e vejo que consigo depender de mim por pelo menos um dia, mais um dia. Porque quero sentir por mim o que sentia por aquele que julgava amar, quero que eu seja para mim o que ele foi. Sei que vou me decepcionar muitas e muitas vezes, que marcarei encontros vãos, pois não irei, que minha solidão será plena, que cairei várias e várias vezes ainda, mas se eu não voltar para mim, quem saberá que fiquei para trás? Sinto uma certeza aguda de que dor alguma, um dia, me fará desistir, mas para chegar lá, preciso aprender com minhas fraquezas, mentiras, carapuças, senão serei sempre a mesma. Não mudar é ficar 1000 anos mais velho a cada hora, é já ter morrido e não saber, por isso mudo 1000 vezes por dia, troco de opinião, de time, tento me encontrar nas mentiras que conto, nos sonhos-pesdelos que tenho, faço a lição de casa antes de me deitar para brincar, a noite inteira, caso consiga.
E não importa o que eu faça, trago no peito a certeza de é amor, sim.
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