Pergunto-me, entre mordidas no canto da boca, como podem os menores pesos juntos pesarem tanto. Ontem, antes de dormir pensei em algo bonito que quase me lembro, mas some quando tento olhá-lo de frente, saber sua forma, ler o que significa. Dos sonhos que levo, já não coloco água em quase nenhum. Fui dos megalomaníacos sobre doutorado e casamento para não pedir demissão no final do da, ou não chorar até dormir - realidade quase cotidiana. Algumas pessoas entraram na minha vida no final de dezembro e início de janeiro, outras saíram e as melhores ficaram, não sei por quanto tempo aguentarão. Jo John foi uma daquelas que entrou, provou da saliva doce da amizade e decidiu ficar. Velho amigo de meu irmão, ele me confessou depois de algumas horas de conversa fiada que me conhecia mais jovem, com calça jeans e blusa sem sutiã. Achei engraçado como penso que sempre fui assim, com esse corpo, essa voz e esse olhar, mas Jo John me garante que eu era outra, cabelos mais curtos e sorriso mais fácil. B. também veio me ver. Eu me lembrava dele de outra forma, com uma certa vida no olhar que está se apagando lentamente. B. me fez sentir coisas já esquecidas e aprender coisas novas. Ele propôs mais uma definição sobre mim (meu dicionário sempre em transformação): Ag.nes (subst. neutro) - palavras em forma humana. Qualidades positivas e negativas unidas para sempre. B. se foi antes mesmo do ano acabar, um encontro, algumas ligações e foi isso. Para mim, B. é a estrela cadente para a qual eu pedi pra encontrar B., ele é o agente e o objeto, ele agiu e sofreu a ação. B., se você tivesse a chance de tirar foto de uma estrela cadente enquanto faz todos os pedidos mais secretos do seu coração, você tiraria a foto? Seus olhos sob aquela luz amarela ficaram tão lindos, quis tirar a foto, mas paralisei, decidi que guardaria todos os detalhes para sempre. E, hoje, quando minha vontade é de ir embora sem olhar para trás, fecho os olhos e revivo a luz, suas mãos nas minhas, a conversa que embala sonhos milenares e seus olhos castanhos, como a tempestade que sinto se aproximar, mas nunca me molha. Estou esperando para chegar minha vez de me molhar na sua tempestade, de consumir e ser consumida. B. evoluiu também no meu dicionário, de Astro Rei, Apolo em sua carruagem, ele também agora ilumina as noites escuras com um rasgo no ceu, tão instantâneo e mágico quanto a estrela que cai do firmamento.
2018 começou e não fiz promessa alguma, apaguei a loucura das expectativas, enterrei os dois pés no chão, mas não foi suficiente. O universo decidiu por mim e eu aceitei cada termo. Os pesos cotidianos agora se mostram como realmente são e descubro, em minhas mãos pensas, a força para speak my mind, senão no trabalho, na vida que realmente importa. Então, já percebi algumas coisas diferentes, segue a lista. 1. passei em frente à Pindurama e não quis entrar, olhar lá dentro, ligar ou comprar livros, me esqueci, por alguns segundos, que foi ali que te amei, que fui amada e que descobri como o Amor se parece; 2. ri, por algum tempo, das mensagens que te mandei no Face - como eu era maluca, meu Deus! (temo duas coisas aqui: ver daqui a alguns anos que agora estou maluca e chegar um dia em que não terei mais maluquice nenhuma e minha vida se tornará igual a de milhares de pessoas - quero que a loucura muda, não que me torne sã); 3. dei uma chance para a minha frágil felicidade nas aulas de pole dance, espero conseguir; 4. esse ano está muito difícil porque desde o dia 03/01 que estou trabalhando e, pela primeira vez, não tive 1 mês de férias, não viajei para Ilheus, não cansei de dormir; 5. o meu trabalho é chato, mas deve ser feito com dedicação, a máxima não faz mais sentido, pagando bem, há mal também. O mais importante, eu acho, é que os posts não são mais direcionados para Diu, mas para a A. do futuro, que lerá feliz ou triste o que esta A. escreve agora, espero que a A. do futuro esteja mais feliz do que estou agora, mas descansada, com alguma esperança que seja e, pelo menos, 2 bons amigos. O universo tem sido gentil comigo, espero retribuir a gentileza com carinho.
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