Vinte e seis de outubro passou e com este dia triste aprendi tanto sobre mim. Ganhei da Diva uma canetinha vermelha linda linda, como deve ser recebido todo agrado que dela vier. Mas, ainda não é sobre isso que venho falar. Venho para dizer que mudei a senha, que não fazemos mais parte um da vida do outro, que agora caminhamos estradas distintas, senão opostas!, e já não há mais a necessidade de nos tocarmos, coisa tão dolorida e cinza. Venho porque talvez tenha chegado ao fim minha dor inominável, não sinto mais seu frágil coração pulsar junto ao meu e creio que morreu de felicidade por ver que seu tempo era próximo.
No dia vinte e seis minha mãe orou por mim em silêncio para não me acordar e recebi um abraço longo e demorado de mãe orgulhosa da filha. O trabalho foi corrido e eu quase levei uma bronca, mas ficou tudo bem. Fui para casa e é aqui que minha história começa, ou termina, não sei...
Fui para casa de carro carregando um bolo gostoso de morango sem chocolate algum e fiz comida e vi pessoas e ouvi muita bobagem - dessas que pensamos "que bom que a vida não é só isso aqui..." - e o mais importante da história vem agora: eu senti um anjo segurar minhas mãos. Seria a resposta imediata do Criador à oração de minha mãe?! Ele veio manso e se acercou de mim de modo que nada poderia fazer em olhá-lo nos olhos, ele me deu uma espécie de ânimo do mais puro e calmo e eu o senti quando, na cozinha, quis mandar todos embora e ir tomar banho e iria fazê-lo se o anjo não tivesse se aproximado mais e me dito "calma...". Depois disso, bolo e mais bolo, por favor! Hoje é meu dia e quero tanto comemorar!!!
Sabe, ficou a impressão de que todos se foram, exceto ele, sentado no sofá, esperando meu olhar atento. Queria que meu dia tivesse sido melhor, ainda hoje o odeio em cada segundo e o coitado do anjo teve que se segurar para não cair quando lhe joguei na cara que minha mãe não havia pedido nada, que nem se lembrara de mim e que fui feita de idiota por uma pessoa mais idiota que eu... Senti minha injustiça ao fim, o anjo se levantou e foi embora por minha causa, porque estava tarde e lá no céu não entra se chegar depois das 22:00.
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