segunda-feira, 4 de julho de 2011

MoSaIcO

Li, reli, trili seu texto, sempre com lágrimas nos olhos. Estranho vc usar a palavra "abandonar", porque nunca quis abandonar ninguém nessa minha caminhada, e tento não fazê-lo. Bonito, extremamente bonito é saber que deixamos passar, mas, nem por isso, não carregamos em nossas memórias, e quem sabe no esquecimento?, fatos marcantes. Vc, meu primeiro namoradinho, meu grande amigo, um ninho que me abrigou por algum tempo... Sim, sou metáforas. A vida é uma metáfora desafiadora ("desvenda-me ou devoro-te"), pena muitas pessoas morrerem sem perceber a charada em sua frente. Eu percebi a minha e não dizê-la com palavras. Tento respeitar aqueles que estão ao meu lado, amar-lhes o silêncio da partida e a atonicidade da chegada, assim, sem mais nem menos... mas, sabe, não me entrego... aquela parte que é só minha, essa ninguém ainda conseguiu tocar. Me disseram um dia desses: "pra vc é tão fácil tirar a roupa...", mas a capa da minha ferida continua intocada, e meu coração necrosa por excesso de amor... continuo de roupa, mesmo nua. Isso, não há quem veja, não há quem queira ver, porque ficar sem máscaras na frente do outro é a morte. Dos ideais, dos sonhos, daquilo tudo que te rege; é estar vulnerável a todo e qualquer ataque. É muito bom saber que vc está por perto. (a imagem diz tudo, e vc soube escolhê-la com maestria.) Apesar de todas as pessoas que conheço, e de todos os amores que tento viver, me sinto só o tempo todo. Como quem tem um machucado e fica arrancando a casquinha da cicatrização com uma concentração de fazer inveja a muito monge, assim sou eu encurvada para dentro de mim, um caracol que se conforma a sua concha.
Vc se lembra da tartaruga Tuchê? Ela atendia o telefone que tocava dentro da sua carapaça... eu sempre me perguntava: "quem será que conhece realmente todas as coisas que o Tuchê traz dentro de si?" (é obvio que com outras palavras...). E não é isso o amor? Escancarar as janelas da alma e fazer com que o sol invada cada canto por meio de outro? Engenheiros me lembra, entretanto, que toda luz produz sombra. E, mesmo esta, não seria a mudança contínua que acompanha nossa vida? Não sei mais o que é isso que digo... mas a vida é um rio e estamos no meio dele, aparando com as mãos aquilo que vem da fonte; não podemos segurar nada, apenas sentir sua textura, viver a coisa que vem desde quando a enxergamos pela primeira vez e, talvez, conseguir tocá-la, quando por nós passar. Fui tola, ao tentar prender em mim pessoas que, por serem pesadas, me puxavam para o fundo, ainda luto todo dia para não voltar lá e tentar salvá-las (porque não querem sair do barro fértil que fecunda o solo.) Todo dia, dedico parte do meu tempo com atividades mil para não lembrar, para não chorar minha incapacidade de deixar fluir... e o quanto perdi enquanto agarrava o que me traz morte? Não vi. Mas sei que foi muito, e nada volta, nada... (mais uma metáfora boba...)
Ao fim, te digo apenas que a gente tem o poder de fazer a nossa vida dar certo. Por isso, deisitir é para os fracos e oprimidos. Os fortes, mudam de opinião e não se lembram mais do que eram antes.
Até!


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