Noite passada te encontrei no Velvet. Como de costume, você de calça jeans e camiseta preta, cabelos arrepiados, barba impecável. Observo seus movimentos de longe (como se fosse possível ficar "longe" no Velvet). Entre uma cerveja e outra, você me vê. Quando nos encaramos, eu não senti nada, nem medo, nem calor, nem fogo, nem vontade de chorar, nem de rir. A corda finalmente se rompeu? Dificilmente. Não conversamos. Abaixei a cabeça e, ao ergue-la, você tinha ido embora. Tudo bem. Queria ainda te dizer "não cantes o eterno amor que sinto. Chore comigo, pois não soube te amar. Chore alto, como as carpideiras, incomode os passarinhos, sopre forte a chama, porque de tanto que não faltou água, matei a flor do amor que crescia invisível na palma da mão. Matei-a ao notar sua presença, matei-a ao olhar demais para os teus olhos de cor de tempestade. Tira-me o pão, o ar, mas se possível for, um dia, sorria de volta para mim e eu voltarei a ter pelo que viver. De verdade verdadeira, você é um sonho bom que mudou o tom da minha vida para sempre". Você se foi e as palavras ficaram. Apodreceram, sabia? Tentei guarda-las num livro grosso na esperança de um dia te entregar, em vão. Creio que do colchão manchado você se desfez, mas a casa continua em pé. O meu sofá quebrou as pernas, agora é baixo, mas tenho guarda-roupas e, na quinta, chegou o som. Sempre foi você, e não B. Não vire o rosto para mim. Reli o que te mandei no Face e tive uma crise de risos. Gzuz me ajude!
Me desculpe o transtorno.
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