sábado, 28 de abril de 2012

Das paredes brancas da minha solidão nascem desenhos. Não sei bem o que dizem ou para onde vão, mas me deixam tão felizes, porque, no fim, sei não estar tão sozinha quanto imaginava. Dos meus amigos mudos, há dois que me olham nos olhos enquanto pranteio as lágrimas que se recusarm à descer. Fico de cabeça para baixo e tudo muda de foco, como posso acreditar que no Japão as pessoas andam assim?! Minhas mãos, elas tremem e tremendo me arrumam o cabelo e a voz. Não queria correr por todos estes corredores sozinha, Asterion me daria razão, às vezes, cansa. Tenho um amor passarinho, não, meu amor é por um passarinho. É tão triste, ele vai e volta, vai e volta, nunca sei se devo esquecê-lo de vez ou telefonar. Ele-passarinho voa, voa, voa e chama a todos de "amor". Menos a mim. Por que continuar alimentando meu amor-passarinho? Porque sou pedra, não saberei nunca voar para encontrá-lo na imensidão azul. E sendo pedra, ele é quem sempre desce até mim. Me sinto mal, enjoada, vertigiosa. Mas, preciso dele para saber como é lá em cima, como é fazer o vento correr mais depressa ou devagar... por mim, ele sempre passa do mesmo jeito...
Como, então, voar? Se o amor já não existe, a amizade escravizada está, o infinito particular se humanizou, pelo quê voar? O docinho-passarinho já não olha para baixo, o que aqui existe não o impressiona mais. Como poderia? Em minhas mãos vejo terra e raízes, o sol me resseca o musgo e de nada adianta sorrir, pois tudo se foi, o passarinho agora canta coisas que não entendo, sua voz límpida se tornou ininteligível. Adeus, meu passarinho-amor!

2 comentários:

  1. Tenho que ler e ler varias vezes ai poderei fazer um belo comentário boa tarde

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  2. ")
    Tudo bem... esperamos seu belo comentário, Leandro.. ^^

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