Ao encostar a cabeça no travesseiro, encontrei aquele conhecido cheiro que vem de você. Sorri, mesmo tristemente. Você, que acreditou em meus cachos e me ajudou a pintá-los pacientemente com as cores do universo; você que entende de universos (particulares) e me ensina a desbravá-los; você que me olha como se eu fosse uma pintura de Dali; você, que me abraça e faz o tempo parar. Você e todos os clichês que consigo imaginar. Obrigada por ficar, pelo café amargo com cocada caseira e pelos filmes.
Se decidi começar de novo retomar a caminhada, vejo que estou bem acompanhada. Sem muitos planos, demos o tempo que o outro necessitava e hoje nos damos as mãos. Estar acompanhada e me deixar acompanhar ainda é novo para mim, então não se assuste se eu não conseguir todos os dias, se eu fugir por longos períodos de perto de você, mas saiba que volto, cativa que sou dos teus olhos e carinhos.
Sabe, tenho essa coisa de amar quem não dá a mínima para mim e eu sofro interminavelmente por olhares e gestos e palavras que, no fundo, não significam nada além do que vazio e egoísmo. Então, tudo bem se eu for devagar e de vez em quando olhar para trás, senão para me lembrar de como era ser assim, para eu me lembrar de ir devagar, porque eu sempre mordi antes de beijar e eu amava antes de viver e não quero o mesmo destino atroz e voraz dos outros com você. Você que me acolheu em seu peito à duas cadeiras de distância e me permitiu ficar pelo tempo que for necessário, com direito a banho quente e Teletubes.
Seja bem mais do que bem vindo, sinta-sem em casa!
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